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Cuiabá

Ao tempo da passagem da Viagem Filosófica, a capitania de Mato Grosso e Cuiabá, na avaliação dos demarcadores de limites portugueses, era uma das mais importantes de todo o Brasil, tanto pela sua extensão e pelas sabidas, mas ainda intactas riquezas, que guardam os seus vastíssimos sertões, como por ser fronteira ao vasto, populoso e rico Peru. Manoel de Campos Bicudo foi um bandeirante pioneiro na penetração do oeste brasileiro, no início do século XVII. Com o seu filho Antônio Pires de Campos, foi o primeiro bandeirante a atingir a região da atual cidade de Cuiabá, entre 1673 a 1682, fundando o primeiro povoado batizado de São Gonçalo Beira Rio, onde o rio Coxipó deságua no rio Cuiabá. Mato Grosso teve seu espaço colonizado na primeira metade do século XVIII, sendo o arraial e depois Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá (atual cidade de Cuiabá) o ponto mais avançado até 1734, quando foram descobertas as minas na região do Guaporé. Essa vila teve sua origem com a descoberta do ouro nas lavras do Coxipó-Mirim, em 1719, tendo à frente de tal investida paulistas e reinóis, com destaque para a bandeira do sorocabano Pascoal Moreira Cabral. No ano de 1727 o arraial do Senhor Bom Jesus do Cuiabá foi elevado à condição de vila e, nesse momento, pertencia à jurisdição da capitania de São Paulo. Embora tivesse uma vasta extensão territorial que totalizasse 48 mil léguas, a capitania de Mato Grosso era constituída por apenas dois distritos, o do Cuiabá e o do Mato Grosso, e suas respectivas vilas: Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá (1727) e Vila Bela da Santíssima Trindade (1752), esta última fundada para ser sede de governo. Cuiabá foi elevada à condição de cidade em 17 de setembro de 1818, tornando-se então a capital da província de Mato Grosso em 28 de agosto de 1835.