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Governo do Rio de Janeiro

A vinda da família real para o Rio de Janeiroem 1808, ampliou a importância política e administrativa dessa cidade na América portuguesa. Com o retorno de d. João VI a Portugal, em meio à revolução liberal de 1820, aqui a regência de d. Pedro I se defronta com a elite política formada em torno da causa brasileira. Para esses segmentos dominantes de nascidos no Brasil, mais os portugueses ajustados às circunstâncias da Colônia, o que interessava era a autonomia em relação a Lisboa, sem abrir mão da continuidade na ordem social e econômica estabelecida. As deliberações das Cortes revolucionárias, a partir de 1821, se mostraram inconvenientes ao “partido brasileiro”, dividido entre tendências conservadoras e ideias progressistas, mas nitidamente resistente à subordinação irrestrita do Brasil a Portugal. Nessas tensões engendrou-se o processo de independência do Brasil e o governo do Rio de Janeiro, a partir de 1822, expressou a implementação de um projeto de soberania na organização do Estado deste lado do Atlântico. Durante a Confederação do Equador, em 1824, o Gabinete do Rio de Janeiro, ou seja, o Imperador e seus ministros instalados na cidade, era visto pelos confederados com uma face despótica e centralista, não muito diferente daquela apresentada pela dinastia de Bragança antes da independência, quando sediada em Lisboa. Além disso, a maior atenção atribuída àquela cidade e à região sudeste, evidenciada inclusive na Constituição de 1824, deixaria marginalizado o restante do país, em especial o Nordeste.