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Sal

Desde o início da colonização, os indígenas que habitavam o litoral, e também os jesuítas retiravam o sal do mar para consumo. Durante a ocupação holandesa em Pernambuco, foram descobertas salinas de grande rendimento, o que provocou, em 1655, a proibição pela metrópole da atividade de extração de sal no litoral brasileiro, com vistas a evitar a concorrência com o sal metropolitano, produto estancado e comercializado somente pelo governo português, monopólio régio estabelecido em 28 de fevereiro de 1690. No século XVIII, foi permitida a produção de sal em Pernambuco, em Cabo Frio e no Rio Grande, mas este não poderia ser comercializado internamente entre as capitanias. Destinava-se apenas ao consumo das áreas produtoras, enquanto as outras regiões da colônia precisariam comprar o sal que vinha de Portugal. A interiorização da colonização e o crescimento populacional, intensificados pela busca do ouro nas minas gerais, aumentaram a demanda do produto, levando à escassez e à carestia. A capitania que mais sofria com a falta de sal era a de São Vicente, onde ocorreram diversos conflitos pelo produto e debates na Câmara Municipal. Essa situação foi ficando insustentável, o que levou a assaltos aos armazéns das alfândegas, onde ficava guardado o sal extraído para ser enviado a Portugal. O produto era extremamente importante para a atividade da pecuária e produção de charque e carnes salgadas nas regiões do interior da colônia. O sal possibilitava a conservação de carnes e peixes, essenciais para a alimentação. Seu abastecimento ao longo dos séculos XVII e XVIII foi um constante ponto de atrito entre as autoridades régias e os colonos e ensejou o alvará de 1801, que extinguiu definitivamente o monopólio do sal.