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Sapatos e botas

Após a transferência da Corte portuguesa, a importação e a comercialização de calçados, produzidos, em geral, em cetim e veludo, ficaram a cargo dos ingleses. Fazer uso dessa peça de indumentária era um atributo de distinção social, demonstrando que o indivíduo integrava uma camada privilegiada da sociedade. Em contrapartida, os escravos geralmente andavam descalços e, tão logo alcançavam sua liberdade, adquiriam um par de sapatos exibindo a mudança de posição social. As botas trazidas pelos portugueses, os borzeguins, foram adotadas na colônia, porém aquelas de uso militar foram as mais usadas, com cano alto, reto ou virado, chamadas botifarras. Seu uso se restringia aos mais ricos. No sul da colônia, em especial durante as guerras luso-castelhanas, desde o século XVI, as botas de garrão de potro, feita com as patas cortadas do animal, eram utilizadas por índios, gaúchos e tropeiros. Os imigrantes alemães, em meados do século XIX, e, posteriormente, outros europeus, como ingleses e italianos, contribuíram para o aperfeiçoamento da técnica de fabricação dos calçados no Brasil.