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Augustos filhos

Refere-se à descendência de d. João VI que, em 1785, casou-se com d. Carlota Joaquina de Bourbon (1775-1830), princesa da Espanha, e desse matrimônio nasceram nove filhos. D. Maria Teresa (1793-1874), princesa de Espanha por ter casado, no Rio de Janeiro, com o príncipe espanhol d. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, seu primo, que faleceu em 1813. Casou-se novamente, desta vez com o infante d. Carlos Maria Isidoro, também príncipe da Espanha, seu tio e viúvo de sua irmã d. Maria Francisca (1800-1834). D. Francisco António Pio de Bragança (1795-1801), primeiro filho varão de d. João, recebeu o título de príncipe da Beira e faleceu ainda criança. D. Maria Isabel Francisca de Bragança (1797-1818), rainha de Espanha pelo seu casamento com Fernando VII, rei da Espanha e seu tio, conhecida amante das artes, influenciou a criação do Museu do Prado, em Madrid, um ano após a sua morte. Na história brasileira destaca-se d. Pedro IV (1798-1834), herdeiro da Coroa portuguesa após a morte do primogênito d. Francisco Antônio, tendo recebido o título de príncipe real no mesmo ano da sagração de d. João como rei de Portugal em 1816. Com o retorno da família real a Portugal, em 1821, d. Pedro tornou-se príncipe regente do Brasil. Os planos políticos que as cortes de Lisboa destinavam ao Brasil levaram d. Pedro a romper definitivamente com Portugal, proclamando a independência do Brasil em setembro de 1822, sendo sagrado e coroado imperador e defensor perpétuo do Brasil (1822-1831).D. Miguel, encabeçando o partido tradicionalista, foi promotor ou executor dos movimentos da Vila Francada, em 1823, e da Abrilada, em 1824, de natureza antiliberal, dirigidos contra o rei d. João VI. O primeiro pôs termo ao funcionamento das cortes liberais, à vigência da Constituição de 1822 e elevou d. Miguel a comandante-chefe do exército português. Quanto à Abrilada, o infante conseguiu prender altos funcionários e o próprio Rei, mas as intervenções dos embaixadores francês e inglês decretaram o malogro do golpe de Estado. Exilado por ordem de seu pai, d. Miguel deixou o país em 13 de maio de 1824, retornando ao primeiro plano da política portuguesa em 1826 com a morte de d. João VI. Com efeito, o herdeiro do trono português era d. Pedro IV, então Pedro I, imperador do Brasil, que outorga a carta constitucional. Em 1831 ele abdica em favor de sua filha d. Maria da Glória de apenas sete anos que, de acordo com o arranjo dinástico e político então combinado, casaria com o tio d. Miguel, garantindo-lhe a posição de regente durante a minoridade da rainha. Em julho de 1828 d. Miguel jurou perante os três Estados e em novembro foi aclamado rei, apesar da oposição liberal espalhada pelo país. Este reinado caracterizou-se pela incerteza política e por uma guerra civil (1832-1834), dirimida a favor dos liberais e contra d. Miguel que terminou por regressar ao exílio em primeiro de junho de 1834. Entre 1826 e 1828, d. Isabel Maria (1801-1876), ocupa o lugar de regente de Portugal, na impossibilidade da rainha d. Carlota Joaquina, exilada em Queluz, dos irmãos Pedro IV, e d. Miguel (que estava em Viena)e da inconveniência das irmãs mais velhas, casadas com príncipes espanhóis, em assumir o trono português. D. João VI teve ainda duas outras filhas: d. Maria da Assunção (1805-1835), favorável ao irmão d. Miguel, morreu solteira sem deixar herdeiros e d. Ana de Jesus Maria (1806-1857), filha caçula, casada com d. Nuno de Mendonça, o 2.º marquês de Loulé.