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Pasto espiritual

De acordo com o Vocabulário português e latino, do padre Rafael Bluteau (1712-1728), trata-se da celebração dos sacramentos da doutrina da Igreja católica para seus fiéis. O pasto espiritual consiste nos “ensinamentos” que exortam, corrigem, aconselham os cristãos a viver de acordo com a palavra de Deus. Encontram-se registros como uma carta de 1787 endereçada a d. Maria I, rainha de Portugal, solicitando autorização para constituir uma capela em homenagem a Santo Antônio de Lisboa, pois os fiéis dali careciam de pasto espiritual. Após a expulsão dos jesuítas, em 1759, o governador da capitania do Mato Grosso e Cuiabá erigiu uma freguesia e proveu capelão secular para dar assistência do pasto espiritual aos moradores da vila da Chapada dos Guimarães. Na região das jazidas auríferas das primeiras décadas do século XVIII, a proibição da Coroa à instalação de hospícios, localidades como casas de repouso e acolhimento de peregrinos e religiosos de passagem sem pouso certo, era driblada pelos moradores de Sabará, São João del Rei e Vila Rica que demandavam o pasto espiritual para eles e seus escravos. Em sua maioria eram os párocos franciscanos e carmelitas, particularmente, que ocupavam esses hospícios, enviados pelas ordens regulares para assistir a população administrando o pasto espiritual com os serviços de sacramentos cristãos ali aguardados.